Hoje é Dia De:


Paz e Amor!

Como já sabem de cada 15 a 15 dias tenho um novo Dia D, e com ele um novo tema que coincidentemente se encaixa muito bem com o momento em que estamos vivendo. E ontem não foi nada diferente. Tema: Hippie. Bordão: Paz e Amor. Só que hoje sua relação vai além do que esse dia significou pra mim. Hoje não falarei de mim e nem sobre o meu dia. Falarei de algo maior e com muito mais importância.

Essa semana vivemos um grande horror no nosso país.
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Nesta quinta feira, a cidade do Rio de Janeiro foi palco de uma verdadeira chacina. 13 pessoas foram brutalemente assassinadas.
E se como não pudesse piorar, eram pessoas tinham todas as oportunidades pela frente e as perderam sem nem saber que elas existiam.
Pessoas que eram apenas crianças inocentes.
Crianças que acordaram e partiram normalmente para o que achavam ser mais um dia de aula.
Crianças que nunca mais terão mais um dia de aula.
E as que ainda terão, nunca mais serão as mesmas.
Essa quinta-feira, 7 de abril de 2011, será o dia que continuará em suas memórias para sempre. Elas conheceram muito novas o que a maioria não conhece por toda a vida. Presenciaram de perto a atitude de um louco. Um louco, Wellington Menezes de Oliveira– ex-aluno da escola afetada-, que resolveu descontar sua infância ruim naqueles que não tiveram o que ele teve.
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De acordo com ex-colegas do assassino, Wellington era muito calado, tinha notas ruins e sofria bullying constantemente. Esse último motivo parece ter sido o motivo de ele ter invadido sua ex escola e atirado em pessoas inocentes; apenas uma revanche. E como essa revanche custou caro.
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Caro para 13 pessoas, caro para 13 famílias, caro para toda uma escola.
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O que eu acho estranho é que, agora, que tudo já aconteceu, todos aparecem falando de como Wellington era louco. Dizem que sempre notaram que “ele tinha algum tipo de distúrbio”. Então, se notaram isso desde sempre, porque ninguém nunca fez nada a respeito? Agora que vimos o que ele foi capaz de fazer, é fácil dizer que ele era maluco. É obvio. Somente um maluco faria algo como este. De acordo com um desses ex-alunos diz: “A escola devia ter encaminhado ele para um psicólogo”. Bom se o caso dele era tão grave como disseram, porque não o fizeram? Mais, uma vez digo, é muito fácil dizer que ele sempre foi maluco agora que tudo aconteceu. Deviam ter notado isso antes.
Agora é muito tarde.
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Ele e suas vítimas já foram embora para sempre.
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Outra coisa muito estranha é que foi encontrado uma suposta página no Orkut que pertencia a Wellington, e nela o assassino dizia que se preparava para uma chacina que faria em sua velha escola. Tudo bem que as pessoas nem sempre fazem que dizem, então com certeza era difícil acreditar que ele o faria realmente. Mas falar uma coisa dessa não é normal, pelo menos não pra mim. Não é apenas algo que se diz quando se está com raiva. Ou apenas uma mentirinha de mal gosto. Ainda mais vindo de alguém que sempre foi maluco.
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Era algo que merecia atenção.
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Bom, mas agora nada mais adianta.
A tragédia já foi feita.
E o mínimo que podemos fazer é rezar. Independente de qualquer religião. Até mesmo se não se tem religião. É preciso pelo menos pedir que os homens tomem providencias. Porque do jeito que está não vai ser raro acontecer coisas piores.
Os homens esqueceram o que é a Paz. Esqueceram o que é o Amor.
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Então hoje, além de pedir por todas as crianças que foram levadas injustamente, além de pedir por suas famílias que sofrem por suas perdas e além de pedir pelas testemunhas de atos tão cruéis, peço, do fundo do meu coração, que os homens redescubram os conceitos da Paz e do Amor.
Peço para que eles pensem no que estão virando.

Peço para que eles consigam mudar depressa.

Porque parece que não temos muito tempo.

 

“Que Deus conforte os corações dos pais que perderam seus filhos precocemente para este mundo cruel. Chega de violência.”


Realidade


Chega de festa, chega de diversão. Depois de um final de semana nota dez, é hora de voltar ao normal. É hora de acordar do sonho de que finalmente posso relaxar um pouco mais. É hora de acordar do sonho de que tudo finalmente acabou.

É hora de voltar para “o-sem-tempo-pra-nada”, é hora de voltar para os livros, é hora de voltar para os estudos, é hora de voltar para as aulas à tarde, é hora de voltar para as provas uma vez por semana,  é hora de voltar para a briga pelos lugares da frente, é hora de voltar para a loucura do terceiro ano.

Sobre essa minha volta a realidade tenho dois comentários a fazer:

Primeiro: Finalmente as apostilas chegaram.

Agora além dos gigantes livros de 800 páginas teremos que carregar na mochila (de vez em quando pelo menos) mais quatro apostilas (até agora só recebemos quatro, ainda não foi tudo mais já é o começo). Agora além de estudar para as provas semanais teremos que nos ocupar revendo as matérias e nos alimentar dos exercícios diversos. Agora é pra valer. Se eu já achava que tudo tinha começado a complicar, eu não sabia de nada. Chegou a hora, não adianta mais criar desculpas de que não sabe o que  podemos estudar – estamos cheios do que temos que estudar.
 

Ah, por falar em início de complicação, eu decidi que eu não entendo as pessoas. Elas realmente são muito estranhas e diferentes umas das outras.
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Minha desconfiança começou quando aos 10 tive que tomar a vacina BCG. Antes de tudo: sorte de vocês crianças de hoje que não precisam repetir a dose. Quer dizer sorte nada, porque isso não chega a ser uma grande  situação de sorte. Vocês só se livraram do trabalho de ter que ir a um posto de saúde e tomar a vacina e depois disso se livraram dos cuidados que teriam que tomar com sua cicatrização. Digo isso porque ela não doe nadica de nada. Diferente do que as pessoas me diziam na época (exatamente ai que começa a desconfiança). Sempre de diziam que seria a dor maior que se poderia sentir na vida. Que você choraria e gritaria de dor. Então nessa pressão fui com o rabo entre as pernas tomar a bendita. E coitada da minha mãe que sofreu uma unhada gigantesca vinda de mim na hora da agulhada. Uma dor que ela passou atoa, porque não doeu NADA! NADA NADA! O processo de cicatrização que foi mais complicado, porque todo cuidado era pouco: qualquer esbarrão que fosse que o local recebesse, ai sim você conheceria o significado de dor. Mas isso não vem ao caso. Deixa eu concluir meu raciocínio.
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Depois desse episódio que as pessoas simplesmente “mentiram” pra mim, tudo voltou ao normal. Mas com o passar do tempo mais uma prova veio me encontrar. Quando decidi que faria uma tatuagem tudo indicava que iria doer horrores, que sangraria até eu atingir um estágio de hemorragia cerebral, até que tudo voltaria ao normal. Beleza. A doida aqui mesmo sabendo dos riscos que eu corria, decidiu ir em frente. Fui tremendo nas bases (tentei não passar isso pra ninguém, afinal, eu era forte o bastante para isso). E quando tudo começou não senti nada além de um pequeno biliscãozinho. E foi assim até o final. Então se você considera a ideia de fazer uma tatuagem, saiba: não doi nada (pelo menos não na nuca). Pois é, mais uma vez uma mentira a mim foi contada.
E esse ano sinto que mais uma vez fui enganada. Todos a minha volta que já passaram pelo terceiro ano disseram: terceiro ano ? Moleza. Química orgânica? Delícia. Quando começou o ano realmente acreditei nessas pessoas, tudo isso tinha sido comprovado. Terceiro ano ? Moleza. Mas quando começou a complicar essa história de química orgânica, “OH MY GOD!” Mentiram pra mim de novo! Délicia??Você tá bem?? Tá com febre??
Como eu vou permanecer sã até o fim do ano com essa matérias? Me responde? E dessa vez, por favor, não minta pra mim.
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Nem chegou o fim do ano ainda e já estou enlouquecendo. Que isso! Meu Jesus cristinho me ilumine e “me dê paciência, porque se me der forças eu mato um”!
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Segundo:Eu já tinha comentado que esse ano está ocorrendo uma luta para assentar na frente la na minha sala. Disse também que estamos criando um povoado nessa região e até barreiras estão sendo colocadas, porque é impossível transitar livremente por lá.

 

Mas esse desejo é normal em alunos terceito anistas.
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O que está em jogo é o nosso futuro então vamos sim tampar as cabeças de todo mundo para chegar até onde queremos. Não é qualquer bobeira.
Então afirmo: eu vou sim amontoar lá na frente. Eu vou, sim, sentar lá. Eu quero passar no vestibular, e se você não quer, pelo menos não atrapalhe. Porque diferente de você eu quero uma boa vida, e nela quero realizar os meus sonhos, e vou fazer de tudo para conseguir.
E sinceramente o problema não é as pessoas se juntarem na frente, o problema é que ninguém consegue calar a boca (me perdoem as palavras) um segundo sequer. E esse ano seria o momento que mais precisava disso. Eu não estou dizendo que eu fico calada a aula inteira. Ninguém fica, senão, piraríamos. Mas acontece que na hora que é de extrema importância se calar eu me calo.
 

O maior exemplo de que a sala não consegue se calar foi evidente na última prova de quinta. Eu não conseguir ler as questões de Português, nem tapando meus ouvidos consegui me livrar dos barulhos. E isso me prejudicou muito.
Eu só peço: se você está lá pra brincar, respeite quem não está.
Se é isso mesmo que você quer, pague um colégio pagou-passou. Você vai ter o ensino médio do currículo do mesmo jeito.
Já eu não quero só tê-lo no meu currículo. Eu quero tê-lo pra minha vida toda, dentro
das minhas sinapses, e quero tê-lo bem feito e não de qualquer jeito.
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Então, se você não faz direito pelo menos peço respeito.