A segunda impressão


Sempre ouvi dizer que a primeira impressão é a que fica.
Mas esse ano comecei a perceber o quanto esse ditado é furado.

Cheguei à conclusão de que o terceiro ano é o pior ano escolar.

O pior no que diz respeito ao relacionamento. Ao relacionamento aluno-aluno, ao relacionamento aluno-professor e até mesmo ao relacionamento aluno-pais.
Um ano que tinha tudo para ser o melhor de todos está se mostrando o pior, pelo menos na minha vida. Um ano que marcaria uma grande e importante despedida, uma grande e importante mudança. Esses acontecimentos grandiosos mereciam momentos especias. E quando digo especial me refiro a algo maravilhoso, eterno e emocionante.

Só que acho que tudo isso foi perdido e esquecido em algum momento, momento o qual ninguém sabe realmente quando foi. Quando caímos em terra ele já tinha passado e suas conseqüências já tinham ficado. E é com elas que agora convivemos diariamente, cara a cara, e vai ser com elas que passaremos o resto do ano que mais marcará as nossas vidas.

Aquela primeira impressão de um 2ºMC unido e diferenciado tornou-se uma segunda impressão definitiva de um 3ºJV dividido e odiado. Alunos que tinham finalmente encontrado seu lugar, feito verdadeiras amizades viraram as costas e se recusam a ajudar.
Tudo, absolutamente tudo, vira motivo de briga.
Só que acho que algumas pessoas ainda não perceberam que, nessa briga, todos nos somos perdedores. Não há quem saia ganhando de algo que só vai piorar o que já passamos em um ano que tanto perturba nossas mentes. Já vivemos em constante pressão vinda dos professores, dos pais e da própria sociedade. E agora, para piorar temos que viver com isso?
Temos mesmo que ter medo de quem será a primeira pessoa que você esbarrará quando na sala pisar?
Temos mesmo que ter medo de abrir nossas bocas, já que qualquer coisa que dissermos pode ser usada contra nós no tribunal?
Tem mesmo que haver um tribunal?
Porque será que não podemos conviver felizes sabendo que daqui a alguns meses não veremos metade das pessoas que estão lá, todos os dias, para o resto de nossas vidas? E porque isso se tornou uma coisa tão atraente quando na verdade era pra ser algo tão ruim? Abandonar aqueles que te acompanharam durante a maior parte de sua vida, até agora vivida, devia ser algo difícil, algo que merecia um carinho especial, fazendo que tudo valesse a pena.

Mas não é isso que vem acontecendo ultimamente.

Ultimamente algumas pessoas simplesmente pararam de acreditar em si mesmas e passaram a se apoiar no julgamento dos outros. Passaram a simplesmente serem “incapazes de errar” e super capazes de achar o erro nos outros. Passaram a achar que tudo gira a seu redor, que tudo trata de uma ofensa a sua pessoa. Será que essas pessoas não pararam pra pensar que talvez não seja assim? Que talvez, na véspera de um vestibular, temos coisas mais importantes pra nos preocupar do que simplesmente sair por ai falando mal das pessoas? Acho que já passou da hora de esquecer um pouquinho o complexo de perseguição e passar a dar valor as suas próprias atitudes, porque no final do ano, na prova de vestibular, e por toda sua vida, é só você contra você mesmo. Não vai adiantar nada falar que é fruto da conversa de um, que é fruto das palavras do outro.

Não sei se todo mundo já percebeu, pelo menos eu já comecei, mas já estamos com um pé muito mais próximos daqueles que fazem acontecer, daqueles que cresceram e que agoram criam os outros para que também cresçam. Então chegou a hora de dar tchauzinho a linda infância e amadurecer. Chegou a hora de passar a agir como um terceito anista e parar de se importar com tanta pequenez. Parar de querer prejudicar o outro e cuidar um pouco de você mesmo.

Em vez de perder tempo procurando defeitos nos outros porque não abre um livro e estuda de verdade? Quem sabe assim você não consegue finalmente diminuir os seus.

Cansei de tentar ajudar e só levar ferro, agora é cada um por si.

É, sinceramente, uma pena que a primeira impressão não tenha ficado, tenho certeza de que se tivesse todos teriam gostado.
Mas não se preocupem, o 2ºMC ninguém vai apagar,

mas o 3ºJV faço questão em não admirar.

Adeus 2ºMC! 

P.s: você se sentiu ofendido(a)? Então é porque a carapuça serviu. Não chore pelo leite derramado, evite que ele volte a derramar. Aja. 

O Dom.


Descobri, hoje, que tenho O Dom. Risos.
Lembra do assunto do meu último post? (se não lembrar é só descer um pouquinho o mouse e descobrir) Então… estava olhando o jornal (estou começando a ter o hábito que já deveria ser parte de mim a muito tempo, mas que só comecei agora: ler jornais. É bom ter assunto para conversar; saber o que está acontecendo com o mundo e estar por dentro do que pode cair no vestibular) de sábado; o Pampulha, e percebi que eles me copiaram. Risos. Não se trata de uma cópia. Tudo se explica com o meu dom. meu Dom de falar dos assunto que interessas às outras pessoas.
MENTIRA! Risos.

Desculpem o meu pequeno auto-achismo, não vai acontecer de novo.

Bom, tendo um dom ou não a realidade é que no Pampulha dessa semana a matéria da capa nada mais nada menos é que:“Contos de fadas se tornam matéria prima para novos filmes, em versões longe do tom infantil. Sim. O jornal fala sobre as versões modernas dos contos de fadas de minha infância. E com ele, além do que eu já tinha falado no meu post, vi as versões com um olhar diferente e pude fazer algumas descobertas bastante interessantes.

Com um olhar diferente:Os novos contos de fadas retratam aspectos da própria realidade.A Fera (…) traz ‘A Bela e a Fera’ para o século XXI propositalmente”, diz a matéria. Em um mundo que convive cada vez mais com a exagerada importância dada à aparencia, principalmente nas escolas, trazendo a tona conceitos como o do bullying, retratar tais tópicos de maneira tanto clássica como moderna é algo interessante, além de uma boa maneira de alertar e conscientizar a nova geração.

Outros filmes, que ganham o aspecto de conto de fadas, também retratam as atualidades de maneira hollywooddiana. Por exemplo Harry Potter, tratando do afastamento familiar; Crepúsculo, que aborda o impedimento amoroso; e Cisne Negro, que gira em torno da libertação.
Os “novos contos” também procuram retratar a nova infância do século XXI. Com histórias mais adultizadas, os filmes atendem um público que já está familiarizado com elas e que vai querer ver as novas versões, assim como às próprias crianças que estão sendo, também, adultilizadas.

Descobertas bastante interessantes: “Se tivessem conservado suas primeiras versões, hoje os contos de fadas não seriam indicados para os pequenos.” Antes as crianças não eram vistas como seres fragilizados e diferenciados. Portanto, na época em que foram construídos, os contos de fadas continham conteúdo impróprio para menores. Somente depois da Segunda Guerra as crianças tomaram a visão que temos delas hoje. E com ela surgiram as versões atenuadas das historinhas de adultos, para hoje em dia, serem desatenuadas novamente.

Para completar as “interessantisses”, descobri algumas versões infantis (lights) e suas respectivas versões adultas (hards) de alguns contos de fadas. Versões um tanto estranhas, engraçadas, assustadoras e surpreendentes:

 Bela Adormecida
Na versão light: A princesa dorme por anos e anos depois de ser vítima de um feitiço. Ela é despertada do sono com o beijo de um príncipe.
Na versão hard: Enquanto dorme, sob efeito do feitiço, a princesa é violentada pelo príncipe e engravida de gêmeos. Ainda adormecida, ela dá à luz as crianças. Certo dia, enquanto os bebês tentam se alimentar, um deles chupa o dedo da mãe e retira a farpa, que quebra a
maldição e desperta a princesa.
♥ Chapeuzinho Vermelho
Na versão light: Após serem engolidas pelo lobo, Chapeuzinho e sua avó são salvas pelo lenhador, que abre a barriga do lobo e retira as duas de dentro do corpo do animal.
Na versão hard: A Chapeuzinho é simplesmente devorada pelo lobo, sem que ninguém a salve. Há ainda uma outra versão, mais sugestiva, na qual a garota deita-se ao lado do lobo, pensando
ser ele sua avó.
♥ Branca de Neve e os Sete Anões
Na versão light: A Rainha Má, invejosa da beleza de Branca de Neve, pede a um caçador que mate Branca de Neve e mostre o coração da moça como prova.  Diante da recusa do caçador, a rainha decide envenenar Branca de Neve com uma maça. A moça prova a fruta, cai desacordada e é despertada pelo beijo do príncipe.
Na versão hard: A Rainha Má pede ao caçador que traga o coração, os pulmões e o fígado de Branca de Neve, para comê-los  –  acredita -se que o canibalismo transfere as características de uma pessoa ao canibal. Vítima do feitiço, Branca de Neve desperta nos braços do príncipe. A vilã é condenada a dançar até a morte utilizando sapatos de ferro aquecido.
♥ A pequena Sereia
Na versão light: Ariel, a sereia, transforma-se em humana para que possa se casar com o príncipe, também humano e seu grande amor.
Na versão hard: Ao saber que o príncipe casou-se com uma humana, Ariel desespera-se e se mata.
♥ O Flautista de Hamelin
Na versão light: Um flautista é convocado pelos moradores de Hamelin para se livrar dos ratos que infestam a cidade. Com sua flauta encantada, ele leva os roedores para fora da cidade, mas não recebe a recompensa prometida. Como vingança, ele encanta as crianças da cidade até um portal mágico. Em algumas variantes do conto, o flautista devolve as crianças à cidade depois de paga a dívida. Em outras, Hamelin permanece sem saber o destino dos pequenos.
Na versão hard: O flautista conduz as crianças até um rio, onde todas morrem afogadas.”

Realmente, a nova “versão” de crianças do século XXI pede por novas versões de contos do meu século.

P.s: “Juro solenemente não fazer nada de bom”, digo, juro solenemente que não incomodarei mais vocês com minha crise “conto de fadas” tão cedo. Não serão mais perturbados com esse assunto! Chega dessas historinhas! Risos.

“Pela estrada afora


eu vou bem sozinha, levar esses doces para a vovozinha. Ela mora longe, o caminho é deserto e lobo mau passeia aqui por perto.” 

Para alguém que teve uma infância como a minha é impossível não lembrar dessa musiquinha! E se você lembra, posso apostar que o que acabou de ler ali em cima agora, leu cantando no ritmo! Não se culpe, mais uma vez: é impossível deixar de cantar!
Pra quem não se lembra ou pra quem nunca ouvir falar (como li agorinha ali no tumblr: “Bizarro é ter menos de 18 anos e já ser obrigado a dizer ‘na minha época não era assim’ “) na minha época era assim que nos divertíamos; assistindo filminhos de contos de fadas. E eu era daquelas que tinha todos: Rei Leão 1,2 e 3; A Bela e a Fera; A Bela Adormecida; Cinderela; A Pequena Sereia; Alice no País das Maravilhas; Pooh; Toy Story; Dumbo; Hercules; Mulan; Branca de Neve; Tarzan; A Dama e o Vagabundo; Os Aristocratas; O Pequeno Príncipe; Os Três Porquinhos; Peter Pan; O Cão e a Raposa; Bambi; O Corcunda de Notre Dame (confesso que esse só assisti quando já era maior. Tinha medo dele. Aquela corcunda me dava arrepios. Risos) e por fim Chapeuzinho Vermelho.

E ultimamente os diretores demonstraram um grande interesse em fazer uma versão moderna de alguns desses contos infantis. Fico feliz com isso, porque além de poder assistir novamente o que marcou minha infância, acredito que pelo menos assim o que realmente era bom pode chegar ao alcance da nova geração de crianças alienadas. Já foram feitas novas versões de Rapunzel (Enrolados), A Bela e a Fera (A Fera – ainda não lançado no Brasil), Tarzan (Jorge o Rei da Floresta), Peter Pan (Peter Pan), Branca de Neve (Encantada) e Chapeuzinho Vermelho (Deu a Louca na Chapeuzinho e A Garota da Capa Vermelha) – pelo menos que eu saiba são só esses.

E como já deu pra perceber meu enfoque de hoje vai pro último conto, o conto da musiquinha bonitinha e inesquecível a qual eu comentei; o conto da Chapeuzinho Vermelho.

Chapeuzinho é uma menina que tem que levar alguns doces para sua avó que está doente. Para isso ela tem que atravessar a floresta sozinha até a casa de sua vovozinha. Acontece que nessa floresta existe um lobo, muito mal, que faz de almoço quem passa por lá. Então, Chapeuzinho tem que tomar muito cuidado por onde ela anda para chegar sã e salva na casa da vovozinha.
Durante seu passeio Chapeuzinho é enganada pelo lobo, que se disfarça, assim ela logo diz para onde está indo. Esperto, o lobo chega antes dela na casa da vovó e lá faz sua refeição.
Quando Chapeuzinho chega à casa encontra na cama sua suposta vovozinha. Só que ao se aproximar dela nota que seus olhos, nariz, orelhas e boca eram muito grandes. Assim ela descobre que aquela não era quem ela esperava.
Para sua sorte um lenhador passava por lá e conseguiu deter o lobo. Tirou a vovozinha que estava dentro de sua barriga.
Finalmente ela pode comer seus deliciosos doces.

E foi baseada nessa simples historinha que foi feito uma grande produção cinematográfica: A Garota da Capa Vermelha, com a presença ilustre de Amanda Seyfried e Gary Oldman. Pelo nome já dava pra saber o que nos esperava. Mas quando fui assisti-lo vi que não era exatamente o que eu pensava. Era muito melhor. 

Uma historinha boba de criança virou um prato cheio para um grande suspense: um lobo assusta um vilarejo, só que ele é um dos habitantes. Mas afinal, quem será o lobo mau ?
Passei o filme inteirinho tentando descobrir e me surpreendi quando em fim consegui.
Adorei cada segundo de parte da minha velha infância e da minha nova adolescência.

Pude até rir um pouquinho ao me lembrar da famosa parte:

– Vovó, mas que olhos grandes você tem!
– São para te ver melhor, minha netinha.
– E que nariz grande a senhora tem!
– São para te ouvir melhor, querida.
– Mas que boca grande a senhora tem!
– É para te…

Valeu cada segundo.
Espero que para vocês possa valer o mesmo!
Corram!
Assistam!

→ A Garota da Capa Vermelha 

Decepção


Um dia desses fui ao cinema, o filme que assisti foi Sem Limites (já comentei sobre ele para vocês).

E lembrei de que quando eu era menor e assistia aos filmes com meus pais, eles sempre inventavam de levar uma “marmitinha” de pipoca feita em casa. E eu, não seria diferente, MORRIA de vergonha. Agora, não faço algo muito diferente, e, sinceramente, não me orgulho disso mas também não me envergonho por isso.

Acontece que a pipoca do cinema, apesar de ser muito gostosa (mesmo minha pipoca de panela sendo muito boa -risos- nada se compara a pipoca amanteigada dos cinemas) é muito cara. Muito cara mesmo. E se eu pagasse R$20,00, no mínimo (fora o preço do ingresso, que também é olho da cara), por uma pipoca todas as vezes que eu for ao cinema, já estaria completamente falida e não sairia para lugar algum durante um bom tempo. Então, é óbvio que isso não acontece. Somente quando, no final do mês, ainda sobra alguma parte da minha mesada para gastar, penso em comer a deliciosa e cara pipoca de cinema.

Então, sempre que o dinheiro é escasso, compro algumas coisinhas nas Lojas Americanas para comer durante o filme. Sei que isso não é muito bonito de se ver e nem mesmo é correto de se fazer. Mas como eu já disse, tudo me leva a esse fato.

Mas é importante ressaltar, para você que gostou da ideia, que é preciso ser discreto. Por isso não chegue à bilheteria lotado de sacolas plásticas  contendo até mesmo refrigerante de dois litro. Ai já é demais. É não ter senso de ridículo. Uma dica:você, menina, leve uma bolsa um pouco maior e coloque a(s) sacolinha(s) dentro dela. Outra dica: Compre coisas pequenas, com cheiro agradável (evite chips com cheiro de chulé) e que não façam muito barulho ou chame muita atenção; ninguém quer ver você fazendo um piquinique barulhento/ fedorento enquanto come sua deliciosa pipoca. Última dica: espere até que o o filme comece (a espera é até boa, porque geralmente comemos tudo durante os trailer- por mais que se tente evitar-, e fazendo isso sua refeição dura muito mais tempo!), de preferência até alguma parte mais barulhenta, para então abrir o pacotinho do que você comprou, caso ele faça muito barulho. Pronto! Você conseguiu com pouco dinheiro, e sem chamar muita atenção, ter sua distração gastronômica necessária durante seu filme!

Voltando a minha história,

estava comprando meus lanchinhos para o filme que logo iria começar. Eis que um lindo brilho, algo parecido com uma luz divina, aparece sobre um pacotinho roxo. Olhei para aquilo e tentei lembrar de onde já tinha o visto. As sinapses demoraram um pouco para funcionar, mas quando o fizeram o sentimento era inigualável: aquele sabor de felicidade, aquele sabor de inocência, aquele sabor de infância, aquele sabor de catarse.
Vi uma das coisas que costumava ser uma das minhas favoritas durante minha infância.
Me lembrei de como era bom.
Me lembrei também que era muito raro conseguir que minha mãe comprasse aquilo para mim.
E eu percebi que naquele momento tudo dependia de mim. Dependia dos meus passos até ele.
Dependia das minhas mãos o apanhando.
Dependia do meu dinheiro o pagando.
Minha mãe não poderia dizer não. Eu diria sim e nada me impediria.
Corri até ele e agarrei-o com todas as minhas forças.
Aquelas borboletas no estômago logo apareceram.
Como era bom ser criança e poder adorar aquele pequeno e delicioso lanche.
Comprei. Guardei na grande bolsa (dessa vez não era a minha, graças a Deus a Bonnie tinha levado o tamanho necessário de conteiner). Esperei que o momento certo chegasse. Abri. Dei uma pequena mordida. Esperei que minhas sinapses mais uma vez agissem. E mais uma vez elas o fizera. Mas espera ai: cadê o sabor de felicidade, o sabor de inocência, o sabor de infância, o sabor de catarse? Isso aqui não tem nada disso. Cadê aquele sabor de chocolate e caramelo que derretiam na boca? Cadê o verdadeiro sabor do ex-incrível-maravilhoso-especial

Alfajor Turma da Mônica?Não pode ser ele. Ele costumava ser muito mais gostoso. O único sabor que esse tinha era de decepção.


Será que ele sempre foi assim só que eu era muito besta para perceber isso?

Será que, infelizmente, as fábricas mudaram a forma pela qual eles era fabricados, privando, assim, as crianças da nova geração do poderoso sabor do velho Alfajor Turma da Mônica?

Se for a primeira opção, fico mais aliviada, porque eu já sabia que na infância tudo é mais gostoso. Mas se for a segunda, fico realmente com raiva. Porque além de estragar a infância das novas crianças, que não poderão nunca conhecer o sabor delicioso que ele tinha, acabaram com a oportunidade de me trazerem lembranças de eu quando criança.

Espero, do fundo do meu coração, que seja mesmo a primeira.

p.s: Catarse refere-se à purificação das almas por meio de uma descarga emocional provocada por um drama. Vulgo: válvula de escape.

Número 1:


Vocês não sentiram falta de nada não? Nada? Nadica de nada?
Por algum acaso não perceberam que já faz um bom tempo que não falo sobre um dos assuntos que mais saem ‘dos meus dedos’?
Não fazem nem ideia do que seja?
Então deixa eu dar uma dica: começa com sessão e termina com pipocasessão pipoca!
Lembraram agora?
E então, não sentiram falta dos meus comentários sobre filmes não?
Bom, se vocês não sentiram, eu senti. E muita. Mas pelo menos eu não deixei de assisti-los. Se algum dia eu deixar, saibam, eu não estou bem, preciso de ajudas. E graças a Deus esse dia ainda não chegou, e espero que ele nunca chegue.
E foi por causa do meu vício por filmes e por saudade de comentar sobre eles que hoje vocês terão uma dose tripla deles. Falarei de três filmes diferentes.
Um péssimo. Um bom. Um ótimo.
E falarei deles nessa ordem para vocês.

Vamos começar com o numero um;

Macunaíma.

Aposto que você nunca ouviu falar. Se já ouviu, ou até mesmo se já assistiu aposto que foi estudando para a escola ou então porque você realmente é uma pessoa muito culta. De duas uma. No meu caso conheci pela escola, na aula de literatura.

Vamos ao assunto. Pra quem não sabe Macunaíma é primeiramente um livro, do escritor brasileiro Mário de Andrade, e é considerado um dos grandes romances Modernistas do Brasil. O Modernismo no Brasil teve início em 1922 com a Semana de Arte Moderna, em São Paulo. A partir daí surgiram três movimentos que fizeram parte do grande conceito de modernismo brasileiro; Pau-Brasil, Escola da Anta ou Verde-Amarelismo e Atropofagia. Todos esses três movimentos ressaltavam a exaltação da cultura brasileira, só que um de maneira crítica ao outro.
E foi nesse contexto que surgiu Macunaíma. Macunaíma na verdade é o nome do personagem principal do romance -ou como era chamado por seu autor; rapsódia.
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← Esse daí do seu lado esquerdo.
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Ele é uma figura que procura representar todo o povo brasileiro, já que nasce negro, fica branco e é um verdadeiro índio, nascido na floresta.Ele é o novo índio herói. Macunaíma incorpora toda cultura nacional e mostra todo o jeitinho brasileiro, aquele jeitinho malandro e preguiço que consegue tudo o que quer.
A proposta do autor foi realmente muito interessante – condizia com a ideia uma literatura puramente brasileira- só que não foi o que o filme passou para os espectadores. O filme me traumatizou, juro.
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Ele já começa de maneira muito estranha, demorei um pouco pra entender o que acontecia na primeira cena: uma mulher (que é na verdade interpretada por um homem) “dá à luz”, em pé, a uma “criança” negra. Acontece que o parto não foi bem um parto; o recém nascido cai, literalmente, das pernas da mãe como se ela estivesse fazendo o numero dois (risos). E acontece que o “bebê” não era bem um bebê. Era na verdade um homem, já grande. E esse homem é, sinceramente muito chato. Ele chora o tempo todo, tem uma voz de taquara rachada e vive com uma cara de quem comeu e não gostou.

Outras coisas “interessantes” sobre o filme:

  • Macunaíma tem dois irmãos, um deles nasceu velho -velho mesmo- e morreu sendo o mesmo velho. O outro, bom, era o mais normal do filme.
  • Macunaíma come um pedaço da perna do Curupira (é, o Curupira, o guardião da floresta que tem os pés para traz, para confundir seus seguidores. Mas o Curupira também é muito estranho e falso: seus pés não são para trás como deveriam. Acabou com a ideia do personagem.) e depois que já está no seu estômago, o pedaço começa a conversar com a canela da qual ele foi tirado. Querendo voltar de onde veio. É muiiiito estranho.
  • Macunaíma, como eu já disse, fica branco. Num passe de mágica, ou melhor numa fonte mágica, ele muda a cor de sua pele e de seus cabelos, e de tudo. Ele vira outra pessoa.
  • Macunaíma come formigas.
  • Macunaíma come areia.
  • Macunaíma mente o tempo todo.
  • Macunaíma se veste de mulher.
  • Macunaíma gosta de “brincar”. Se é que vocês me entendem. Risos.
  • Macunaíma ia virar feijoada nas mãos de Caipora.
  • Macunaíma morre nas mãos da sereia Iara.
Mas vale falar também a melhor parte do filme. A parte que tive que aplaudir. A parte que realmente gostei: quando o filme acabou.  Senti um alívio e dei graças a Deus quando isso aconteceu.
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Bom, deu pra perceber que o filme é muito louco. Só assistindo para entender, e eu (mais umas 35 pessoas, pelo menos) recomendo que não o façam. Até hoje me perturbam algumas cenas.

→Saiba mais sobre Macunaíma

→Saiba mais sobre Modernismo no Brasil